Ainda desconfortável com os sentimentos que me norteiam, sentei-me em uma cadeira diante do espetáculo de um céu e um mar infinitamente azuis e acabei visitando um ponto remoto de acesso ainda mais difícil localizado dentro de mim mesmo. Refleti por um momento e fui tomado por uma súbita consciência de decisões equivocadas. Não sabia bem o porquê, mas, quando me dei conta, eu estava represando um choro que já não suportava manter-se contido. Teria sido o medo? A saudade? A carência ou a indignação? Algo estava engasgado e foi preciso muita força (ou fraqueza?) para não vomitar todo o reboco que insiste em se desprender de meu coração. Um copo de água me ajuda a engolir meu entulho sentimental e me distraio com os turistas que parecem muito mais à vontade que eu em minha própria cidade.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Às Vezes Me Sinto Um Turista Em Meu Próprio Quintal
O dia estava lindo e resolvi aproveitar as belezas naturais que o Rio de Janeiro oferece a seus moradores e visitantes. Escolhi o Pão de Açúcar, um de nossos mais famosos cartões postais. Já estive lá antes, mas esta foi a primeira vez que decido ir sozinho (onde eu estava com a cabeça?). Pensei em subir pela trilha, mas sem companhia o caminho seria ainda mais longo e penoso, então embarguei no bondinho. Pouca coisa na paisagem me era novidade, mas é impossível não se encantar com a geografia, a vegetação e as edificações que compõem o cenário que nos rendeu o título de cidade maravilhosa.Tirei muitas fotos e até flagrei dois micos devorando um filhote de sua própria espécie (nem tudo é belo na natureza). Olhando daqui, Copacabana parece-me uma lembrança distante e fria.
Ainda desconfortável com os sentimentos que me norteiam, sentei-me em uma cadeira diante do espetáculo de um céu e um mar infinitamente azuis e acabei visitando um ponto remoto de acesso ainda mais difícil localizado dentro de mim mesmo. Refleti por um momento e fui tomado por uma súbita consciência de decisões equivocadas. Não sabia bem o porquê, mas, quando me dei conta, eu estava represando um choro que já não suportava manter-se contido. Teria sido o medo? A saudade? A carência ou a indignação? Algo estava engasgado e foi preciso muita força (ou fraqueza?) para não vomitar todo o reboco que insiste em se desprender de meu coração. Um copo de água me ajuda a engolir meu entulho sentimental e me distraio com os turistas que parecem muito mais à vontade que eu em minha própria cidade.
Na descida, tenho a impressão de ter deixado algo para trás. A tristeza ainda está aqui comigo, então, não deve ser nada realmente importante... Quem diria que um pão de açúcar poderia ter um sabor tão amargo?
Ainda desconfortável com os sentimentos que me norteiam, sentei-me em uma cadeira diante do espetáculo de um céu e um mar infinitamente azuis e acabei visitando um ponto remoto de acesso ainda mais difícil localizado dentro de mim mesmo. Refleti por um momento e fui tomado por uma súbita consciência de decisões equivocadas. Não sabia bem o porquê, mas, quando me dei conta, eu estava represando um choro que já não suportava manter-se contido. Teria sido o medo? A saudade? A carência ou a indignação? Algo estava engasgado e foi preciso muita força (ou fraqueza?) para não vomitar todo o reboco que insiste em se desprender de meu coração. Um copo de água me ajuda a engolir meu entulho sentimental e me distraio com os turistas que parecem muito mais à vontade que eu em minha própria cidade.
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Um comentário:
Pois é, meu caro amigo, tive uma sensação muito parecida com a tua na semana retrasada. O local onde eu estava não me oferecia uma visão panorâmica da cidade, mas era possível identificar pontos interessantes, como o Cristo, o Pão de Açúcar, o Maraca, a Quinta, parte da Baía sob a ponte... Fiquei alguns minutos a observar essa paisagem e, confesso, que fiquei um tanto tonto; é uma cidade totalmente estonteante. E a gente está tão acostumado com essa beleza toda, que só nos damos conta de sua grandeza quando paramos e, em profundo estado de reflexão, nos colocamos a observá-la...
Excelente postagem!
Abraço,
Jefferson.
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