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sexta-feira, 17 de abril de 2009

As Vantagens que só o Ódio pode Oferecer

Há uma máxima que diz: “Guardar rancor é o mesmo que beber veneno esperando que o outro morra.” Me preocupa o que essas pessoas andam bebendo, mas cada um na sua...
Um amigo me falou uma vez: “Não sei como você consegue fazer com que as pessoas te odeiem tanto.” Não digo que concordo plenamente com este comentário. Eu chamaria isso de uma meia verdade se a mesma não pudesse ser interpretada também como uma meia mentira, assim como uma quase certeza é o mesmo que uma quase dúvida.
Não se trata de ter ou não facilidade de despertar o ódio nas pessoas. Trata-se da capacidade de se atrever a pensar, de viver o mais profundo de você mesmo (núcleo). Isso parece provocar algumas pessoas e, se valendo dos extremos (pólos) passam a nos admirar de forma messiânica ou nos amaldiçoar fervorosamente. Certas revoltas têm seus fundamentos e é preciso lidar com cautela e diplomacia, mas o que dizer do ódio injustificado? “Você age e pensa diferente de mim, logo eu o odeio”. E quando o assunto é paixão, todo extremo parece ser bem-vindo. Há uma razão para que as pessoas que um dia amamos sejam “ex”. As coisas não deram certo e pronto, mas podemos romantizar o fim da relação com brigas, acusações, fofocas... E eis que o amor se torna ódio (clichê pastelão)!
Recentemente, recebi um e-mail em resposta a um convite que enviei aos meus amigos (o autor não vem ao caso):
“Favor retirar o meu e-mail da sua lista de contatos.
Se por acaso enviar algum outro após esse meu pedido, o mesmo poderá ser usado como prova material contra você no tribunal.
Grato.”
Claro que fiquei surpreso e curioso. O que eu teria dito para ofender esta pessoa? Respondi:
“O que houve? A mensagem foi repassada através de todos os meus amigos no Orkut. Para não lhe enviar eu teria que excluí-lo da minha lista de amigos. É isso mesmo que deseja?
Não entendi o porquê do "prova material contra você no tribunal", pois posso fazer o que me pede independente de ameaça judicial.
Se possível, me responda dizendo o que o desagradou em minhas mensagens anteriores para que eu possa saber do que estarei me desculpando.”
Então ele respondeu:
“Já te exclui do meu orkut a muito tempo... não percebeu? Não quero e não vou dizer o porquê...
Por favor simplesmente me exclua da sua lista de amigos pois não quero mais receber emails seus...
Além disso não foi uma ameaça, foi um aviso, mas vc é livre pra interpretar qualquer texto da forma que lhe convir.
Não precisa responder a esse email, se o fizer eu não retornarei, e dependendo do que for enviado eu tomarei as medidas cabíveis ou não...
Adeus!”
Me despedi dizendo:
“Confesso que não havia notado que havia me excluído. Pode deixar que providenciarei o desligamento de minhas mensagens em sua caixa de entrada. Estou respondendo não por uma questão de necessidade, mas para dar uma satisfação de que seu e-mail foi lido. Fique à vontade para não me revelar o que o desagrada, isso só torna inviável qualquer pedido de desculpas. Sobre as medidas cabíveis, não se preocupe, pois este é o último e-mail que lhe envio e, como pode perceber, não é de natureza hostil. Não tive a oportunidade de conhecê-lo melhor, mas acho você uma pessoa bem instruída e deve ter seus motivos e eu respeito isso.”
Só tive contato com essa pessoa duas vezes na minha vida e já sou alvo de seu desafeto. Não deveria me sentir lisonjeado? Além disso, podemos afirmar que as pessoas que nos odeiam são justamente aquelas que ficam bem melhores longe de nós. Manter distância de pessoas assim é um benefício que favorece ambos os lados. Se isso fosse um programa de milhagem, poderíamos acumular pontos para dar a volta ao mundo.
Para entender o fundamento disso eu precisaria retroceder muitas encarnações do meu atual estado evolutivo, sendo assim, só me resta agradecer por todo veneno que essas pessoas bebem esperando que eu morra, mas não esperem que eu brinde junto.
O ódio é o combustível dos tolos. É altamente inflamável, pena que só conseguem correr em círculos...

2 comentários:

Unknown disse...

José,

Sei exatamente do que está falando, pois já aconteceu comigo. Antes eu ficava preocupada e até chateada, mas aprendi que o que falam de mim não me acrescenta nem diminiu em nada, pois continuo sendo a mesma pessoa.
É verdade que quem quarda rancor toma veneno esperando que o outro morra, por isso continuo sendo essa pessoa maravilhosa que vc é.
Bjsssss

Alessandro Rabello disse...

A sociedade busca na verdade ‘o clichê pastelão ‘rsrs, o caminho mais fácil e aceito em conjunto, ‘ se eu não odiar o que iram achar..’ ‘ mas, todos odeiam mesmo!’ seja como for, é um mal que só assombra quem cultiva!

“ O ódio é o combustível dos tolos”
Perfeita colocação, Cliver! Abraço!